domingo, 23 de dezembro de 2012

Sentimento de Sombra


Por muito tempo existe uma árvore no meio da floresta.
Uns dizem que esta árvore é a mãe da natureza,
Outros dizem que é brotada a partir do brilho-do-sol.
Os galhos desta são tortos,
Nem finos nem grossos, são o suficiente para a sombra dos animais.
Suas raízes se apresentam por cima da terra como se quisessem chamar a atenção.
E ela consegue!
Os animais são muito imaginativos!
Basta que a grande árvore balance um dos galhos ou aponte uma das raízes
Para logo acreditarem eles estar ela brincando e acariciando seus gostos e seus olhos,
Tranquilizando...
Acredita-se também, falaram, que esta árvore está apodrecendo,
Que seus galhos estão corroídos a tal ponto de quebrarem com o vento e chuva...
Ainda não se sabe se aguentará o sopro natural esta fortaleza de sombra.
Aliás, sabe-se que dela tiraram mudas e plantaram em vários outros lugares da    floresta,
Porque já pensam no pior, no fim, no tombo...
Os animais, a propósito, muito espertos plantaram logo dez ramas em cada buraco,
Dizem que é pra certificar a “boa nascença”.
Lavram, regam e louvam o broto...
Que grande honra é para eles cultivar aquilo que por eles foi arrancado!
Sentem-se como donos da grande árvore, cuidando de sua geração futura...
“Em pensar que ela nem queria mais que fazer sombra!
Não queria mais que sentir o vento em suas folhas,
Nada mais que pertencer à grande e majestosa natureza reformulante”.
Eles?
Eles nem pararam pra descansar!
Estão afoitos com seus instrumentos nas mãos
Fazendo buracos por todos os lugares...
Sabe o que me parece?
Que o querem eles nada tem a ver com cultivação daquela árvore,
Querem mesmo é deleitarem-se em suas próprias sombras!
Isso faz parte dos seus instintos!
Afinal, eles são muito imaginativos...
Vez ou outra, agora, depois que as pequenas começam a atingir altura de “quase”,
Os animais se lembram da grande mãe.
Aquela sombra, aquele barulho das folhas, aquele tamanho, aquela brincadeira,
Tudo isso, logo estará para cada um.
Enquanto isso, aqueles que acreditam que é nascida pelo brilho-do-sol,
Por chegarem depois do nascimento
Têm o fim da sombra como certeza e naturalidade;
Têm o seco do tronco como ponto (...)
Como ponto de partida para o oferecimento das folhas,
Que, pela demasiada imaginação desses animais,
Servirão de adubo para aquelas arrancadas, crescentes e futuras
Sombras de acolhimento e inspiração.
Parece que, de esquecimento ou de adubo servirá a grande árvore,
Enquanto ela mesma nem em serventia, nem em memória vivia,
Quanto menos dirigia aos múltiplos desejos dos animais
A sua vontade de vida.

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