Como pode haver um tal singular capaz de querer voltar lá
para dentro?
A saída é necessária, mas não é universal. Conhece-se a luz,
o ar puro e o céu azul e calmo. A esta altura os olhos que se vão para trás
querem e não querem voltar: Como pode haver um tal singular capaz de querer
voltar lá prá dentro?
Lá fora tudo está perfeito. Lá em cima não há mais o
descuido de deixar cair a pedra, pois o empurrar e o escorregar da pedra só tem
um meio: o descuido. E tendo nós chegado ao harmonioso cuidado das coisas no
mundo e de nós, como pode haver um tal singular capaz de querer voltar lá prá
dentro?
O ar luminoso que bate na cara do sujeito que se lançou para
fora não é o mesmo ar daquele sujeito que respira sombras e tem sede e inveja do
nosso ar e da nossa cara que sente o ar luminoso. Lá dentro é impossível qualquer dizer sem pontuação. Lá dentro, aliás, eles são os pontos. E a tal
ponto se pergunta: Como pode haver um tal singular capaz de querer voltar lá
prá dentro?
Aqui fora se ouve os gemidos e os arranhões nas paredes que
sofrem. Dá para ver o sentido do mundo querendo e não podendo. Dá para ouvir as
barrigas e as cabeças vazias solapando a vontade do mundo. Solapando em mínimos resultados... Como pode haver um tal singular capaz de querer voltar lá prá
dentro?
Aprende-se, aqui-fora e à luz da vontade do mundo que se
tornou nossa amiga, que o apagado daquele leito deitado, que sob traços rasos
se contentam com o pó e cegueira natos, não poderia ser mantido nem apropriado
como uma condição digna, muito menos
como um fato. “É uma escuridão passageira que logo ascenderá, porque a vontade
do mundo, talvez, quererá mudar de ideia”. E se a vontade do mundo não quiser
mudar de ideia, como pode haver um tal singular capaz de querer voltar lá prá
dentro?
Sete vezes perguntado e ainda indignado... Como pode haver
um tal singular capaz de querer voltar lá prá dentro?