quinta-feira, 26 de setembro de 2013

r.e.t.e.s.i.a.


A palavra me corroeu a boca,

Sedenta e faminta.

A palavra me provocou quando disse seu nome.

“Qual é a tua?”

E eu disse: eu não tenho.

Por que perguntas, eu disse.

Ela emudeceu.

Esqueci que ela pode dizer silêncio.

A palavra me enfrentou e levou a melhor.

Virou as costas pra mim, orgulhosa.

Riu da minha cara e desdenhou dos meus dedos e de minha boca marcada...

Palavra.

Pau na palavra!

Nada.

Brincou comigo e consigo, e ela pode...

Mas não consigo nem que se fosse possível

Dizer o que ela me disse quando tentei dizer.

Eterna amiga inimiga...

Eterna.

Interna.

Silêncio!


Simples palavra.

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