sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Prefácio ao Homem do Futuro

Brancos, negros, raças, não existem na natureza, como montanhas, penhascos, lagos e rios; denominações raciais são invenções políticas. Assim disse Demetrio Magnoli, O sociólogo. Quem disse que cientistas também não brincam com a linguagem? Assim eu disse.

Um tal Fernando, tal pessoa, disse uma vez que “Viver não é necessário, é necessário criar”.O contexto de Fernando fez a sua pessoa, e a sua criação interpretou o mundo. Existe ordem nestas palavras ou as ações é que organizam praticamente a sua criação?
Este é um discurso morto, deitado e calado em palavras escritas... Mas o que é o mundo tecnológico senão o-mundo-amontoado-de-significados?
Somos poetas e filósofos, cientistas e religiosos; gravando nas pedras, nas telas ou nos corações as mensagens da vida. Que mensagens são essas? Qual a sua importância?
Mimeses históricas que se lançam sobre nós... Ou seria o contrário? Nós lançamos as eficácias da História?
A capacidade do mundo se chama tecnologia, e a mente do homem ainda não sabe o que é. Quem é o mundo, o homem? Somos cérebros on-line, imersos na informação dos outros e do tempo. Vivemos o tempo dos outros em tempo real. Nada mais “poético” que palavras sem sentido... “Vivemos o tempo dos outros em tempo real”. E se faz verdade.
A divindade da informação tem dois lados: o útil e o inútil. Ora ateus, ora crentes; assim estamos diante do nosso produto: “Que assim seja ou que assim não seja”...
 Somos produtos de nós mesmos? Somos palavras de nós mesmos ou somos simplesmente “nós” atados? Nesta constante busca da vida é possível ver algum tom de “eu”? Como consigo comprá-lo?
O poder da busca e da eficácia nos direciona ao desconhecido à medida que queremos conhecer mais e mais. Mas, o quê? “Prá onde vamos?”, perguntam filósofos, cientistas, religiosos e crianças, enquanto nós perguntamos, “por que deveríamos ir?”...
Perguntam aos oráculos, sejam eles quais forem, sobre o tal destino; sobre as nossas necessidades; sobre as nossas intenções: o que querem os homens se o que almejam em essência não está ao seu alcance? O tempo real parece não ser tão real assim...
Que problema queremos resolver além da necessidade inescrupulosa de criar problemas? Buscamos uma eterna busca, ironicamente, ou seria este um discurso daquele que assiste do camarote da vida, sob os lençóis limpos de um quarto privilegiado as forças opostas do mundo?
Nossos excessos de estímulo estão cada vez mais aflorados... Nossa atenção cada vez mais dispersa. Nós não conseguimos dizer sentimentos e ao mesmo tempo só conseguimos dizer sentimentos... O que é este homem atual? Ainda homem? Por que homem?
A informação de nós mesmos não corre mais a cavalo, pelas estradas cruas e nuas, pelas guerras sujas e descaradas; voa por cliques e por cliques nos transforma. O conhecimento do mundo não está mais n’A maior biblioteca do mundo, que pôde ser destruída... Evoluímos! Não destruímos mais como antes, aprendemos a destruir de outros modos, sem prejuízos físicos...
Podemos ainda pensar o futuro sabendo que o próprio futuro já está atrasado? Aliás, aquilo que estava à procura já encontrei; aquele que procurava já achei, já enviei minhas saudades e já procuro por querer distância. Estamos a um clique do futuro, que ironicamente já está em nós, é parte de nós...
O futuro não tem mais corpo, e por que deveria ter? A vida é regida pelas possibilidades de coisas na alma, como dizem. E a alma não é mais “a realização dos corpos, da matéria”. Em outros sentimentos, “o corpo não mais possibilita a alma”, porque o corpo está entranhado na rede, na rede que representa os corpos, mas que não os responsabiliza pela sua realidade.
Muitas escolhas formam a escolha. Regra básica que aprendemos a nos condicionar... O mais buscado é o melhor; o menos acessado é o pior; o mais rápido é o mais eficaz. A mimese na história tem suas variações... Desmedidas variações... Poderíamos perguntar pelo valor da informação ou é ela quem pergunta sobre o nosso atual valor de mostrar informação?
Fim de texto, fim de papo, um rastro. Estas palavras já fazem parte do passado.

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